Aconteceu. A tão esperada transferência para o escritório na cidade maravilhosa. Alma solar, eles me disseram. - Você precisa passar um tempo meio aos verdes morros! Boatos que o som circula diferente pelos bairros. Madureira, em efervescência lo-fi, Catete, no desvio dos médios sonares da vizinhanças. Sem pensar duas vezes, cheguei. Tanto sal no cabelo, … Continue reading verdes morros, choros demais
passagem (para onde?)
Eu amo a rua [...] Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhes as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o … Continue reading passagem (para onde?)
sugestões para presentear um por-vir
Ah, o lixo eletrônico. Tão inofensivo, discreto, peculiar. De vez em quando escapa um, dois, spams malditos. Mas tudo bem, lidamos. Recentemente, os e-mails entraram na lista dos palimpsestos (já era hora). E fica claro que o lixo eletrônico, como esse amontoado de texto-sem-uso, propagandas enganosas, correntes de família (daquelas que ainda restam dos anos … Continue reading sugestões para presentear um por-vir
não grite saudades!
Cartas serão, eternamente, a melhor forma de expressar um falar impossível. Pela longitude, distância de um trem, pela bocca chiusa ou simplesmente pela falta do que vier-a-ser-chamado-coragem, fica claro, para mim ao menos, que o ato da escrita compadece de um modo mais honesto de demonstração de afeto - para qual lado ele decida andar. … Continue reading não grite saudades!
o zumzum de voar em semitom
Subir ao céu foi como sobrevoar uma sala de câmara projetada por uma criança de sete anos. Aquela fotografia do horizonte liso pegando fogo sem quase nada de oxigênio projetou-se na parede do meu quarto em 4:9, ao final do expediente. Estava cansada, mas o olho pregou vontade de palavra naquela nuvem gostosa atras da … Continue reading o zumzum de voar em semitom
a poção do amor que não vai na geladeira
É impressionante a falta que sexo faz. A inércia é tanta que até esqueço de tomar meu anticoncepcional. Ato falho. Curiosa essa re-mitificação da relação homem-mulher-coito. Homem-feroz-ativo, mulher-romance. Mulher-útero-tesão, homem-sei lá. O esquecimento do anticoncepcional é um sinal claríssimo dessa abstinência. Falta de toque, pela retomada de um consenso de compromisso, atualizada no scroll do … Continue reading a poção do amor que não vai na geladeira
sobre o tal palimpsesto, motivo atraente
Meu post interessante começa por aqui (onde também começo a me inscrever online). A retórica do palimpsesto, esse pergaminho reescrito, esse papel reutilizado, tantos documentos apagados, transformados em outros, outros tempos, outras coisas, casas, incêndios, rascunhos sobrepostos, epígrafes injustas, sujeira, pó. Tanto pó. Montanhas e mais montanhas de pó histórico, imaginário, tipo a bíblia, que … Continue reading sobre o tal palimpsesto, motivo atraente